Surgidos na década de 80, os CAQDAS – acrônimo da língua inglesa para computer assisted qualitative data analysis – estão sendo progressivamente utilizados pelos pesquisadores e estudantes de diversas áreas para analisar documentos digitais nos formatos de texto, áudio, vídeo ou imagem. Desde 2010 que eu utilizo o ATLAS.ti nas pesquisas em que participo e venho ministrando cursos deste aplicativo nas principais universidades do país e em eventos sobre metodologia de pesquisa. Atualmente sou consultor do ATLAS.ti no Brasil.
No entanto, o meu interesse em relação aos CAQDAS não se resume aos cursos e capacitações. Uma vez que temos um progressivo aumento na oferta de documentos digitais ou digitalizados acredito que precisamos de uma nova forma de tratarmos a informação: mais veloz, mais organizada e, obviamente, articulando a teoria sociológica com a estrutura desses softwares. Minhas indagações caminham no sentido de responder às seguintes perguntas: como a metodologia das ciências sociais estão sendo afetadas pelo uso destes softwares? De que maneira esses aplicativos representariam novas formas de estruturação da imaginação e da investigação sociológica? Se for este o caso, não seria mais coerente que produzíssemos nossos próprios softwares de pesquisa?
Atualmente eu venho me dedicando a responder a esses questionamentos.